16/08/2021

VINGADOR NEGRO - A LÂMINA DA JUSTIÇA - PARTE 4


12

Ray Winston estava caminhando na direção de seu escritório quando foi abordado por um menino que entregou-lhe um bilhete.

– Bom dia, pequenino. O que é isso? Algum desenho bonito?

Entretanto, quando vislumbrou o conteúdo do bilhete, Ray rangeu os dentes.

– Quem foi que lhe entregou isso? – ele segurou o ombro do garoto.

– Um sujeito engraçado.

– Quem é? – Winston apertou o ombro magro do menino sem perceber.

– O homem engraçado usando máscara.

Ray praguejou e deixou o garoto partir. Olhou outra vez o bilhete.

"Você não tem muitas escolhas. 

Pode tentar fugir, mas, sendo um ladrão de salário de soldados, ouso dizer que eles procurarão até no inferno para encontrá-lo.

Pode tentar me encontrar, mas é melhor agir rápido! Assim que a maleta de dinheiro estiver no forte Austin, não sei quanto tempo restará até o exército chegar na cidade.

Mas há um caminho digno e justo. Vá ao forte, se entregue e denuncie Rodrigo. Ele será condenado à forca, mas você pode ser poupado."

Winston praguejou novamente e voltou correndo para casa.

 

13

Enquanto Winston ainda recebia o bilhete, D. Dalton estava cruzando o portão de casa. Do lado de fora, ele conseguia enxergar a janela do quarto de seus pais. A luz estava apagada.

– Ainda bem que estão dormindo – pensou – Assim não vão ficar perguntando aonde eu estava.

– Bom dia, D. Dalton – uma voz interrompeu seus pensamentos.

Ele olhou para trás e viu os irmãos Barreto.

– Que diabos estão fazendo aqui?

– Apenas observando – resmungou Sérgio.

– Costuma sair muito à noite? – indagou Carlos.

Dalton fechou a cara.

– Eu já avisei que não devo nada a vocês!

– Por que você se irrita tanto com uma simples pergunta? – perguntou Fernando.

– Para o inferno! Eu não vou cair nesse argumento contrário que vocês estão tentando aplicar. Já lhes disse que vocês não são a lei em Austin.

Dalton estava fechando o portão quando Carlos colocou a ponta do pé e fez o portão emperrar.

– Por acaso soube do que aconteceu no saloon? – perguntou Carlos.

D. Dalton deu de ombros.

– Uma prostituta foi encontrada morta. O rosto foi, digamos, dilacerado. Sete facadas no abdômen e três tiros no peito. Um crime bárbaro para uma cidade tão pacífica.

Dalton não disse uma palavra.

– Mas sabe o mais curioso? – continuou Carlos – As pessoas dizem que os autores do crime eram três sujeitos com descrições semelhantes às nossas – Carlos riu – Um absurdo, não acha? Será que deixamos de ser caçadores de recompensas para nos tornar assassinos de meras prostitutas? O que acha, D. Dalton?

– Fiquem fora do meu caminho.

Dalton forçou o portão e Carlos retirou seu pé deixando por fim se fechar.

Carlos começou a gargalhar enquanto Dalton caminhava a passos largos para dentro de casa.

Nesse momento, um homem a cavalo se aproximou deles.

– Bom dia, cavalheiros – ele disse.

– O que você quer? – indagou Fernando.

– Estou aqui à serviço do meu chefe, D. Rodrigo. Ele gostaria de fazer uma proposta para vocês, caso queiram me acompanhar.

Carlos deu de ombros.

– Permitam-me ser mais enfático – continuou o homem – Ele deseja fazer uma proposta muito generosa por seus serviços.

Os irmãos Barreto se entreolharam.


14

– Sentem-se e bebam, cavalheiros – disse D. Rodrigo.

Os irmãos Barreto se sentaram e uma empregada trouxe vinho.

– Disseram que você queria nos fazer uma proposta generosa – disse Carlos.

D. Rodrigo esboçou um sorriso.

– Huumm... Direto ao assunto – ele disse – Então serei breve, afinal, também temo não dispor de muito tempo. Quero que matem o xerife Winston.

Fernando franziu o cenho.

– Parece um trabalho difícil para vocês?

– Parece suicídio – interveio Carlos – Assim que matarmos o xerife, seremos procurados em todo o estado e condenados à forca.

– Nobres cavalheiros, não será assassinato se ninguém encontrar o corpo – disse Rodrigo – Eu direi aonde devem enterrar o corpo.

– Por que não pede para seus homens fazerem isso?

– Meus homens estão ocupados em uma busca particular. Até mandar chamá-los e esperá-los chegar, o xerife já poderia ter escapado.

Carlos balançou a cabeça em entendimento.

– Então me digam, qual é o preço de vocês?


CONTINUA...


POR NAÔR WILLIANS


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