05/12/2025

HUSTLER - A ILHA - CAPÍTULO 10

Finalmente, ao amanhecer, o enigma se desvendou. Um compartimento secreto na pedra se abriu, revelando não ouro ou joias, mas uma essência luminosa que pulsava como o coração da floresta. Hustler estendeu a mão para pegá-la, mas Billy hesitou.
— Espere! As visões... Elas dizem que isso pertence à terra. Nós precisamos devolver, não roubar.
Hustler riu, mas antes que pudesse responder, as lendas se materializaram: espíritos etéreos, formas de folhas e vento, circundando-os. Julgando sua ganância e ousadia, os guardiões decidiram ensinar uma lição eterna. Com um gesto suave, transformaram Hustler e Billy em duas árvores frondosas, suas raízes entrelaçadas no solo fértil da clareira. Agora, eles vigiariam o tesouro para sempre, suas folhas sussurrando histórias aos viajantes que passassem por ali.

ATÉ A PRÓXIMA TEMPORADA !!! 

POR ALCÍ SANTOS 

HUSTLER - A ILHA - CAPÍTULO 09

À medida que o sol se punha, tingindo o céu de tons alaranjados, os dois amigos avistaram uma clareira iluminada por um brilho etéreo. No centro, erguia-se uma pedra antiga, gravada com símbolos indecifráveis. Hustler sacou o mapa e comparou as marcas.

— Veja só, Billy. Isso é exatamente o que procurávamos.

Agora, precisamos decifrar esses enigmas para revelar o tesouro.

Billy se aproximou, tocando a superfície fria da pedra. Uma visão surgiu em sua mente: imagens de espíritos da floresta, as lendas vivas que vigiavam o equilíbrio da natureza. Ele recuou, assustado.

— Hustler, eu vi coisas... Seres antigos. Eles não vão nos deixar levar nada sem um preço.
Hustler franziu a testa, mas sua ganância a impulsionava.
— Bobagem. Vamos resolver isso juntos. Use sua esperteza, garoto.

Eles passaram horas debatendo os símbolos, unindo peças de quebra-cabeças ancestrais. A noite caiu, e com ela veio uma brisa que parecia sussurrar advertências.

No entanto, a determinação dos dois os mantinha firmes, ignorando os sinais de que as lendas não eram meras histórias.

CONCLUI A SEGUIR... 

POR ALCÍ SANTOS 

HUSTLER - A ILHA - CAPÍTULO 08

Hustler e Billy caminhavam pela floresta densa, onde as sombras das árvores antigas se entrelaçavam como segredos guardados por séculos. Hustler, com seu chapéu desgastado e um sorriso astuto, liderava o caminho, enquanto Billy, mais jovem e impulsivo, carregava a mochila pesada com suprimentos. Eles buscavam o tesouro lendário, escondido no coração da mata, segundo as antigas histórias contadas pelos aldeões.
— Ei, Hustler, você acha mesmo que esse mapa é verdadeiro? — perguntou Billy, limpando o suor da testa.
Hustler parou por um momento, ajustando os óculos embaçados.
— Claro que é, garoto. Eu não arriscaria nossa pele por uma fábula qualquer. Mas precisamos ser cuidadosos; as lendas falam de guardiões que protegem o lugar.
Eles prosseguiram, desviando de raízes retorcidas e riachos murmurantes. De repente, um ruído ecoou ao longe, como o sussurro do vento carregando vozes ancestrais.

Billy sentiu um arrepio, mas Hustler apenas riu baixinho, incentivando-o a continuar.

A jornada mal havia começado, e o ar estava carregado de mistério. 

 CONTINUA...

POR ALCÍ SANTOS  

HUSTLER - A ILHA - CAPÍTULO 07

O impacto no asfalto arrancou o ar dos meus pulmões. Por um segundo, tudo o que existia era o zumbido nos ouvidos e o cheiro de poeira e vidro. Billy rolou ao meu lado, gemendo, mas vivo.  

— Hustler... a gente tá morto? — murmurou ele, tentando se levantar.

— Ainda não.

Apoiei a mão no chão frio e forcei o corpo a ficar de pé, mas se a gente ficar parado, aí morreremos mesmo.

Acima de nós, o quarto explodia em clarões azuis que dançavam pelas frestas da janela estilhaçada. A luz do giz do Guardião atravessava o vidro como se fosse papel de seda, riscando o interior com relâmpagos silenciosos.

— Ele vai descer — sussurrou Billy. 

— Cara, ele vai descer. É por isso que a gente vai sumir antes.

Puxei-o pela gola da camisa, arrastando-o para a sombra projetada pelo prédio vizinho.

 — Anda. Mantém a cabeça baixa Billy.

A rua parecia mais longa do que algumas horas antes. O poste de mercúrio piscava, como se também tivesse medo de se manter aceso. Cada janela escura era um olho fechado, recusando-se a testemunhar o que caminhava entre mundos naquela noite.— O que foi aquilo na porta? Billy insistiu, tropeçando no meio-fio.

 — Não era só poder humano, Hustler. Gente não desmancha porta em poeira.— Era humano o suficiente pra usar terno e falar em “propriedade do Estado”. — Apertei o passo. — O resto é o tipo de empréstimo que se paga caro.Virei a esquina sem olhar para trás, mas senti, mais do que ouvi, quando o clarão no quarto cessou. O silêncio que se seguiu não era vazio; era atento. Como se o Guardião tivesse parado para escutar nossos passos na calçada.

— Ele pode nos rastrear? — perguntou Billy.

Se o giz dele funciona como o seu quadro, pode. — Apontei para o casaco de Billy. 

— Cadê o seu giz?

— Quebrei tudo quando terminei o desenho. Você viu.

— Ótimo. Então, por enquanto, só ele tem linha para escrever no ar. Caminhamos em direção à avenida principal, onde a cidade ainda fingia normalidade com letreiros de farmácia e padarias fechadas pela metade. Um ônibus vazio passou, iluminando-nos por dentro como fantasmas por alguns segundos.

— Hustler, e se ele estiver certo? — Billy perguntou, a voz quase sumindo no barulho distante de um motor.

— E se o tribunal da floresta tiver errado em confiar em você?

— O tribunal não confia em ninguém, Billy. Ele negocia.

Olhei para os meus próprios dedos, ainda manchados da lama sagrada que pingara da tela.

— E eu aceitei o contrato. Quem tá em dívida agora sou eu. 

Billy respirou fundo, engolindo as próximas objeções. Sabia que, depois da sentença do Curupira, não havia volta. Ou cumpríamos o prazo, ou virávamos ecos — sombras sem história, andando em círculos na memória da floresta.

— O Arquivo Nacional fica do outro lado da cidade — ele comentou, quase para preencher o silêncio.

— Como a gente chega lá sem ser riscado do mapa por um giz azul assassino?

— Primeiro, a gente precisa de sombra. Depois, de velocidade.

Olhei para o fim da avenida, onde as luzes dos táxis formavam uma linha tremeluzente. O mundo humano continuava funcionando, alheio ao tribunal e ao Guardião. Mas, naquele momento, toda a ordem urbana parecia um véu fino demais para segurar o que vinha do escuro.— E da próxima vez que ele aparecer — completei —, a gente vai estar preparado. Porque se o Estado acha que possui o Vargas, então o Estado tem rastro. E rastro é tudo o que a gente precisa.

 CONTINUA...

 POR ALCÍ SANTOS 

NOVO!

HUSTLER - A ILHA - CAPÍTULO 10

Finalmente, ao amanhecer, o enigma se desvendou. Um compartimento secreto na pedra se abriu, revelando não ouro ou joias, mas uma essência l...