- Oi querida, hoje foi um saco. Aquela molecada do orfanato é muito bagunceira.
Mikaela que lia um livro, olhou para ele
- Seu Jefferson, seu filho Linus pediu para quando o Sr. chegasse o senhor fosse falar com ele.
- Onde ele está Myra? Avise para ele que cheguei. Eu sou pai dele então tem que me respeitar vindo até mim.
A serviçal prontamente foi chamar o menino.
- Mikaela que tipo de educação você está dando para nosso filho?
- Estou criando atividades diferentes para ele como você me pediu. Como pode estar dizendo que não o estou educando corretamente?
- Eu sei que você faz tudo o que eu peço meu amor.
E dizendo isso, sentou-se numa cadeira saboreando um uísque caro.
Mikaela olhou para ele e perguntou:
- Nunca entendi porque não me deixa tomar nenhum gole desse uísque.
- Você é muito nova para isso, quando eu achar que você tiver idade para álcool, eu te aviso.
- Engraçado, você diz que não quer Linus em contato com outras crianças, mas permite aqueles gêmeos brincarem com ele lá em cima, no quarto dele.
Jeferson engasgou-se com o uísque. Demorou quase dois minutos tossindo e depois se recompôs, e, pegando-a pelo pescoço perguntou fora de si:
- Do que você está falando? Você sabe que não quero ele em contato com ninguém sem que eu esteja controlando tudo.
Micaela, já aterrorizada, respondeu quase aos prantos:
- Eu não tive culpa, eles disseram para Myra que o senhor tinha permitido. Ela fez várias perguntas sobre você, inclusive coisas particulares nossas e eles responderam corretamente então achou que você tinha permitido.
O homem soltou-a e começou a chamar Myra aos berros. A mulher veio correndo apesar de já ser sessentona. Apesar disso ainda era muito bonita pois cuidava-se bem. Um minuto depois ela correndo apresentou-se.
- O senhor me chamou? Linus já está vindo.
O homem bufando pôs seu rosto bem próximo ao da mulher e perguntou:
- Porque você me desobedeceu? Você sabe que não quero ninguém em contato com Linus se eu não estiver presente, e você deixa entrar aqui duas pessoas que não conheço.
A mulher assustada com medo de ser demitida respondeu:
- Mas senhor eles disseram que eram seus parentes e responderam coisas que só nós sabemos e Linus não disse nada em contrário.
Neste momento, descendo a escada da casa um garoto com seus 10 anos de idade disse:
- Papai ela não teve culpa. A culpa foi minha. Eu aceitei que eles entrassem. Então depois dela fazer as perguntas eles correram para o meu quarto. Ela e mamãe correram atrás deles mas eles foram mais rápidos. Elas tentaram tirá-los à força mas não conseguiram. Um deles disse para mamãe e Myra que você tinha permitido. Por isso pedi para Myra que o senhor fosse falar comigo no meu quarto.
Mas que diabos de pessoas eu tenho em casa que não podem nem com um par de moleques?
O homem correu até o quarto do filho e deu de cara com Márcio e Maurício jogando videogame.
Ao ver o dois, a fúria lhe subiu a cabeça.
- Seus moleques imprestáveis, como tem coragem de invadir minha casa?
Maurício parou de jogar e respondeu:
- Seu filho nos deixou entrar.
- Voltem já para o orfanato. Meu filho não se relaciona com vagabundos mirins encontrados na rua.
- Antes de lhe responder á altura, quero lhe informar que estamos cumprindo castigo lá nesse exato instante - disse Maurício.
O professor deu uma gargalhada perguntou se eles pensavam que ele era um idiota.
- Na verdade você é esperto e mau demais, mas nem chega perto de mim.
Márcio que estava sentado na cadeira em frente ao vídeo game disse:
- Nos sabemos o que se passa aqui nessa casa, se você não nos respeitar daqui para frente, vai perder tudo. Então eu peço que você pare antes que seu filho desperte para a verdade.
Linus que estava no quarto, perguntou:
- Que verdade?
O homem conteve sua fúria e respondeu para o filho que eles eram meninos de rua e querem estragar sua educação.
- Ligue para o Sr. Felipe e pergunte se nós estamos no castigo. Você vai ter uma surpresa.
O homem desconcertado, ligou e confirmou que eles estavam lá.
Maurício perguntou para Linus se ele gostava do que o pai fazia com ele.
- Não nunca gostei. Ele me força.
- Ei Márcio que tal a gente cancelar o castigo que a gente ia dar para o professor e dar um presente pra ele?
- Boa ideia Maurício isso vai dar um jeito nele ahahah
O professor já ensandecido resolveu expulsá-lós a força mas sabendo que Maurício podia fazer algo perigoso, Márcio teve uma ideia.
-Linus, você quer ter uma aventura com a gente? Disse Márcio segurando a mão dele.
Neste momento, o homem apontou o dedo para a porta e disse:
- Fora da minha casa.
Um brilho como um relâmpago apareceu e se foi instantaneamente. Linus pegou no braço do pai e defendeu os amigos:
- Deixe eles irem papai eu prometo que não chamo mais eles aqui em casa.
- Os garotos desceram calados e saíram da casa. Maurício olhou para trás e viu Linus na janela piscar para ele e retribuiu.
CONTINUA...
POR ALCÍ SANTOS