No dia seguinte 4 horas da madrugada no dormitório masculino, Jones está se levantando. Está se preparando para a fuga. Pegou a mochila foi até a Ralph, deu uma cutucada e correu até a porta do dormitório. Ralph acompanhou.
- Precisamos ir até a cozinha. Vamos pegar a carne para dopar o cachorro.
Enquanto isso...
- Vamos Hyla temos que ir até a cozinha - chamou Vanya sussurrando.
As duas meninas saíram do quarto rapidamente. Quando chegaram lá encontraram Jones e Ralph. Ralph já estava com a carne.
- Onde está o sonífero Hyla?
- Aqui, pega Ralph.
Ralph abriu algumas cápsulas e espalhou o pó na carne
- Pronto. Agora é só separar a grana e as passagens e ir embora desse inferno né Hyla?
- Cadê o pirralho? Não veio? - perguntou Vanya.
- Não chamamos ele. Ele só ia atrapalhar a gente.
Neste momento, na entrada da cozinha...
- Não vou não. Ao contrário, eu vou salvar vocês.
Jones colocou a mão na cabeça e disse:
- Essa não.
- Billy deu um sorriso silencioso e Hyla deu um abraço nele.
- Bora Billy se você vai, não se afasta da gente - falou Vanya com semblante sério.
Então eles correram para a entrada da escola. Como era bem afastada da cidade, a porta de entrada não ficava fechada e nem tinha guardas que estavam com o porteiro. A casinha ficava próxima ao portão de grades e o cachorro ficava solto.
Após deixarem o prédio principal, iam se esgueirando até uma parte do estacionamento que tinha algumas árvores.
Neste momento, surge o cachorro correndo em direção a eles
- Joga a carne pra ele Ralph, agora - bradou Jones
Ralph obedeceu e o cachorro parou para cheirar a carne e comeu a mesma.
- Ele tá comendo pessoal, mas não vai ter efeito instantâneo - disse Billy.
- Vamos todos para a Van - ordenou Ralph.
- Podem ir, eu dou um jeito nele.
- Não Billy ele vai te atacar.
- Não vai, eu tenho experiência com cachorros. Vão logo que os guardas vão aparecer em breve.
Contrariados, os quatro correram para a van da escola. Billy correu na direção do cachorro. Os dois foram até bem próximos um do outro e pararam.
Neste momento um guarda nota Billy com o cachorro e segue correndo na direção dos dois.
Billy olha nos olhos do cachorro e aponta para o guarda. O animal sai em disparada. O guarda para e chama o cão mas é tarde demais. O cachorro pula em cima dele e o derruba. Quando ia atacá-lo Billy aparece.
- Parado!
O cão ouvindo aquilo, parou e se manteve como estátua.
- Vigie o homem.
Billy correu até a van onde estavam os outros. Hyla abriu a porta traseira e Jones ligou o automóvel e foi em direção ao portão.
Vanya assustada perguntou:
- Como conseguiu se safar do cachorro?
- Eu hipnotizei ele - disse Billy que sorriu e olhou pela janela.
Vanya, Hyla e Ralph se entreolharam assustados.
A van tinha que passar ao lado do guarda que permanecia no chão vigiado pelo cachorro, mas o mesmo já se balançava sentindo o efeito do sonífero.
Os adolescentes olharam aflitos para o guarda no chão e o cachorro.
Neste mesmo momento, um outro carro veio por trás com velocidade e dando um “cavalo de pau”, parou na traseira da van.
- Diabos, de onde veio esse carro Ralph? - inquiriu Jones
- Sei lá. Pé na tábua até o portão do estacionamento.
Jones seguiu até o portão mas três outros guardas apareceram com escopetas próximo ao portão que estava fechado.
Billy disse aos amigos que os guardas deviam estar com o porteiro.
- Pare a Van agora Jones - gritou Billy
- Nem pensar. Eles vão atirar.
- Se você não parar eles vão atirar do mesmo jeito. Confie em mim.
Vanya olhou para Billy e perguntou:
- Você tem certeza?
- Claro - respondeu o garoto.
Vanya olhou para Jones e mandou ele parar.
- Você é louca? Como pode dar ouvidos a ele?
- Já mandei parar. Pare agora.
Jones irritadíssimo pisou no freio fazendo a van parar.
- Pronto Billy e agora?
- Pulem por cima do banco pra cá rápido.
Vanya pulou e se juntou aos três sendo seguida por Jones.
Billy pôs a mão no bolso e pegou a sua cruz.
- Escutem. Toquem cada um na cruz e saiam imediatamente da van. Os guardas não vão ver vocês até falarem a palavra “consumado”.
- O que você está dizendo, pentelho? A gente vai ficar invisível?
- Confie em mim Jones não temos tempo - falou Billy olhando nos olhos dele.
- Maldita hora em que conhecemos esse pivete - Bradou Ralph.
- Acabou o tempo. Ou vocês tocam na cruz ou eles vão ver vocês. Não há outra saída - explicou Billy tocando a cruz.
Os outros com medo também tocaram.
Jones olhou para os outros e desesperado falou:
- Não sumimos merda ainda vejo vocês.
- Não é pra você não nos ver e sim os guardas. Agora saiam do carro rápido. Me sigam até o portão.
Todos saíram do carro e Billy fez uma observação.
- Escutem, se algum de vocês quiser voltar pra escola sem problemas, a hora é essa. Ninguém vai ver vocês até dizerem aquela palavra. Se seguirem para fora vão saber que saíram aí não poderão voltar atrás.
Todos se entreolharam. Vanya foi a primeira a falar:
- Se der certo eu vou. E você Jones?
- Eu também. Não quero ficar sofrendo aqui. Você também não né Ralph?
- Claro que vou.
- É mas eu acho melhor voltar. Isso não vai dar certo - disse Halla.
- Você depois de estar aqui vai voltar? - disse admirada Vanya.
Ralph esbugalhou os olhos.
- Se você não for, eu não vou Halla. Temos um pacto, lembra-se?
Hayla olhou com pena para Ralph.
- Sinto muito Ralph. Eu estou lhe liberando do pacto.
- Negativo. Eu só tenho uma palavra.
Billy tomou a palavra e disse:
- Então já que desistiram, não esqueçam de só dizer a “palavra” quando ninguém estiver por perto. Depois de falarem, todos voltarão a vê-los.
- Ralph intrigado, perguntou:
- Como você faz isso? Você é um mini bruxo?
- Billy deu um sorriso e desconversou:
- Outro dia conto pra vocês.
E dizendo isso, foram em direção ao portão, mas teriam que passar pelos guardas.
Ao chegarem no local, a diretora e Hustler estavam presentes.
- Olhem. A diretora e a Sra. Flower - sussurrou Jones para Vanya
Billy então se apressou.
- Sigam-me.
E passaram por eles no asfalto e foram em direção à casinha para acionar o mecanismo que abria o portão.
Nisso...
- Não entendi porque esse cachorro está grogue, Caruso.
- Ele está dormindo senhora, acho que foi dopado.
Hustler começou a desconfiar de algo.
- E quem teria feito isso?
- De muito longe vi uma criança. A única aqui é aquele molequinho novato, Billy.
A diretora Hylda sorriu.
- Não sei o que você bebeu para achar que um menino de dez anos pode fazer tudo isso. Deve ter sido algum daqueles que ficaram no “castigo”.
Hustler Interrompeu e disse:
- Vou verificar isso. Vou no dormitório deles. Se estiver algum faltando, eu aviso.
A diretora aceitou a proposta e deu a chave do carro para Hustler que após ligar o mesmo, partiu em direção aos dormitórios da escola.
Ao chegar na porta da frente, tentou fazer contato com Billy. Quando estão utilizando a cruz conseguem conversar telepaticamente, no caso, Billy estava usando.
-Hustler para Billy, responda.
No dormitório feminino, Hayla após falar a “palavra” já estava visível novamente. Após entrar silenciosamente, viu um vulto se aproximar na escuridão.
Alguém a empurrou para uma das paredes e disse:
- Amanhã vamos conversar.
Ralph havia conseguido voltar sem problemas e deitar-se em sua cama, mas não conseguiu dormir.
Na casinha do estacionamento, alguns minutos atrás...
- É ali o painel. Aperte aquele botão Vanya - ordenou Jones rapidamente.
Nesse momento, Billy recebe o contato de Hustler.
- Billy, o que está fazendo? Pare com isso. Volte agora.
- Calma, vou dar uma olhada nas redondezas.
- Quem está aí com você? Você está ajudando alguém a fugir.
- Ah Hustler, fiquei com pena deles. Eles querem ir embora. Não aguentam mais os abusos da diretora.
- Pare Billy, se vocês fizerem isso, passarão a ser caçados e aí vai ser pior pra eles.
- Eu sei que você vai resolver isso Hustler. Vou acompanhá-los para não se meterem em encrenca fora da escola. Até mais tarde.
E assim Billy cortou a conexão telepática.
O portão começou a abrir, com os primeiros raios de sol.
Jones e Vanya correram para fora acompanhados por Billy. Imediatamente o porteiro saiu do sanitário e foi olhar lá fora se alguém tinha saído, como não viu ninguém, voltou e fechou o portão.
CONTINUA...
POR ALCÍ SANTOS