Quando D. Gabriel despertou naquela manhã desconfiou de algo errado já que tinha ouvido certo burburinho vindo do andar de baixo da casa, mas apenas ao ver Emília e Sancho, dois de seus empregados, teve a certeza.
Eles haviam preparado a mesa com o café da manhã, mas ele sequer sentou antes de perguntar:
— O que aconteceu?
Emília ajeitou o cabelo preto em contraste com sua pele morena e falou:
— Nada para o senhor esquentar a cabeça, D. Gabriel.
— Se você não quiser contar, talvez Sancho me conte — ele disse com um sorriso sarcástico no rosto.
Sancho era um sujeito calvo vestido com uma calça suja e uma camisa que outrora fora branca. Ele lançou um olhar desconfiado para Emília que retribuiu com um olhar de reprovação.
— Não é necessário se preocupar, señor.
— Então irei descobrir na cidade.
Emília agarrou um pedaço do tecido do vestido entre dedos e disse:
— Não queremos que pense que estamos pedindo a sua ajuda, D. Gabriel. Já somos muito gratos pelo emprego. Nem todos os dons de Austin contratariam estrangeiros.
— Bah! Não fico emocionado com a bajulação, mas ficarei grato se compartilharem comigo o motivo de sua angústia.
Notando que seu senhor era irredutível, a mulher finalmente contou a verdade:
— São os mexicanos. Deve se lembrar de que os ajudou a comprar uma porção de terra há alguns meses.
— Sim, estou lembrado — ele concordou tomando um pouco de café. — Há alguns de seus primos entre eles, certo?
Os dois assentiram.
— Bem, ficamos sabendo que foram acusados de roubo esta manhã. Uma dúzia deles está presa na delegacia de Austin — foi Sancho quem explicou.
D. Gabriel desistiu de colocar o pedaço de bolo de milho na boca e perguntou:
— Quem fez a acusação?
— D. Hernandes Torres, o rancheiro que já foi do exército.
Gabriel pousou a mão no queixo e ficou pensativo por alguns segundos.
— O que o xerife disse?
— Ainda não se pronunciou, mas é a palavra de Torres e seus homens contra a dos mexicanos. Quem o senhor acha que vai triunfar? — Sancho falou de modo quase desesperado.
Gabriel limpou a boca, se levantou e saiu à procura de seu chapéu. Emília desembestou atrás dele como um caçador em busca da presa.
— Senhor, por favor, não precisa fazer isso.
— O que pensa que vou fazer? — o jovem perguntou erguendo a sobrancelha.
— Não precisa se meter em confusão para nos ajudar mais uma vez. O senhor já fez muito quando facilitou a compra daquelas terras.
— E se me lembro bem, D. Gaspar não gostou nada de sua intromissão — Sancho complementou.
Gabriel soltou uma risada sarcástica e segurou os dois pelos ombros em seguida.
— Meus caros, eu me viro com esses engomados de gravata. O que pretendo é garantir que seus parentes terão um julgamento justo.
E deixou-os para ir até a cidade.
Eles haviam preparado a mesa com o café da manhã, mas ele sequer sentou antes de perguntar:
— O que aconteceu?
Emília ajeitou o cabelo preto em contraste com sua pele morena e falou:
— Nada para o senhor esquentar a cabeça, D. Gabriel.
— Se você não quiser contar, talvez Sancho me conte — ele disse com um sorriso sarcástico no rosto.
Sancho era um sujeito calvo vestido com uma calça suja e uma camisa que outrora fora branca. Ele lançou um olhar desconfiado para Emília que retribuiu com um olhar de reprovação.
— Não é necessário se preocupar, señor.
— Então irei descobrir na cidade.
Emília agarrou um pedaço do tecido do vestido entre dedos e disse:
— Não queremos que pense que estamos pedindo a sua ajuda, D. Gabriel. Já somos muito gratos pelo emprego. Nem todos os dons de Austin contratariam estrangeiros.
— Bah! Não fico emocionado com a bajulação, mas ficarei grato se compartilharem comigo o motivo de sua angústia.
Notando que seu senhor era irredutível, a mulher finalmente contou a verdade:
— São os mexicanos. Deve se lembrar de que os ajudou a comprar uma porção de terra há alguns meses.
— Sim, estou lembrado — ele concordou tomando um pouco de café. — Há alguns de seus primos entre eles, certo?
Os dois assentiram.
— Bem, ficamos sabendo que foram acusados de roubo esta manhã. Uma dúzia deles está presa na delegacia de Austin — foi Sancho quem explicou.
D. Gabriel desistiu de colocar o pedaço de bolo de milho na boca e perguntou:
— Quem fez a acusação?
— D. Hernandes Torres, o rancheiro que já foi do exército.
Gabriel pousou a mão no queixo e ficou pensativo por alguns segundos.
— O que o xerife disse?
— Ainda não se pronunciou, mas é a palavra de Torres e seus homens contra a dos mexicanos. Quem o senhor acha que vai triunfar? — Sancho falou de modo quase desesperado.
Gabriel limpou a boca, se levantou e saiu à procura de seu chapéu. Emília desembestou atrás dele como um caçador em busca da presa.
— Senhor, por favor, não precisa fazer isso.
— O que pensa que vou fazer? — o jovem perguntou erguendo a sobrancelha.
— Não precisa se meter em confusão para nos ajudar mais uma vez. O senhor já fez muito quando facilitou a compra daquelas terras.
— E se me lembro bem, D. Gaspar não gostou nada de sua intromissão — Sancho complementou.
Gabriel soltou uma risada sarcástica e segurou os dois pelos ombros em seguida.
— Meus caros, eu me viro com esses engomados de gravata. O que pretendo é garantir que seus parentes terão um julgamento justo.
E deixou-os para ir até a cidade.
CONTINUA...
POR NAÔR WILLIANS
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